Conseguir desenhar, muitas vezes, passa por processos que vão além de fazer bons traços. Claro, é importante que você possa reproduzir figuras com precisão, inclusive, fazê-las com ou sem referência. Porém, entender alguns conceitos de acabamento para tornar os seus trabalhos bem feitos e com mais qualidade é fundamental.
Utilizar sombra e luz nos desenhos, por exemplo, é uma parte da finalização. Para quem está aprendendo a desenhar, é crucial entendê-la. Pensando nisso, resolvemos juntar algumas das principais informações sobre essa técnica. Confira!
O que são sombra e luz nos desenhos?
Desenhos no papel têm uma característica básica de ser bidimensionais. Mesmo quando coloridos, a falta de variação de tom pode tornar o acabamento meio opaco. Reproduzir os efeitos de luz e sombra em uma obra é uma das maneiras de conseguir dar o efeito de volume. Basicamente, a técnica luz e sombra, também chamada de sombreamento, é a junção de aspectos de contraste que transformam um desenho em uma obra tridimensional.
Por que são essenciais?
Como vimos no tópico anterior, luz e sombra são responsáveis por trazer um aspecto mais real para o desenho. Elas dão a impressão de volume, que se refere à quantidade de espaço que um corpo ocupa em um lugar. Quando se faz uma ilustração em uma folha de papel, é impossível transferir essa característica sem utilizar a técnica de luz e sombra.
Ela não é um efeito novo, esteve presente em diversas obras da humanidade. Inclusive, foi determinante para definir escolas de artes. No renascimento, ela se desenvolveu por meio do chiaroscuro, que utilizava a pintura a óleo e o contraste de cores para formar a ideia de tridimensionalidade. Ao longo dos séculos, muitas outras técnicas surgiram para dar essa ideia de luz e sombra e, portanto, volume, essencial para trazer mais realidade a um desenho e até auxiliar a sua coloração.
O que considerar para trabalhar com luz e sombra?
Muitas pessoas, quando começam a desenhar, só se concentram em aprender a copiar formas de objetos da maneira correta. Essa é uma parte importante do processo, mas o sombreamento precisa fazer parte dos estudos. Neste tópico, resolvemos separar algumas dicas do que você pode fazer para executar o efeito de luz e sombra da maneira correta e com qualidade.
Compreenda os conceitos de luz
O primeiro passo para entender como funciona a luz e sombra é compreender o conceito de luz, isto é, o seu comportamento em diferentes intensidades e objetos. Isso, claro, vale um trabalho de observação, primeiramente, analisando como a luz se comporta na textura e como isso afeta a sombra produzida. Por exemplo, em um vidro, a luz pode incidir de uma maneira, enquanto, no plástico, de outra.
Nesse ponto, chamamos essas diferenciações de comportamento de meios ópticos, que podem dividir-se em três:
- transparente — materiais em que a luz atravessa com facilidade, como vidro, água etc.;
- translúcidos — a luz já não tem tanta facilidade para penetrar, como em objetos de aparência fosca, papel-manteiga;
- opacos — superfícies em que não há como a luz atravessar, por exemplo, madeira, concreto etc.
Conheça os tipos de sombras
Após observar e estudar como a luz se comporta nas coisas, é hora de avaliar a sombra. Nesse ponto, você observará que um objeto possui dois tipos de sombras quando iluminado: própria e projetada.
A primeira está relacionada àquela que é formada pelo objeto, ou seja, o efeito de contraste que está na superfície do objeto. Já a segunda, são as sombras projetadas em volta da peça. Imagine uma bola colocada no chão: um sombreado, com sua forma dependendo de onde a luz incide, será transmitido nessa superfície.
Entenda sobre reflexo e meia sombra
Além dos tipos de sombras, outro fator importante de se conhecer é o conceito de reflexo e meia sombra. Os reflexos também são considerados um tipo de sombreamento, formados a partir da luz projetada na superfície do objeto ou em peças próximas. O efeito visual é de uma sombra bem mais clara. Agora, a meia sombra representa a parte de transição entre a luz e a sombra, dependendo de quanto de luz há no objeto.
Utilize os materiais certos
Entender quais são os materiais certos na hora de dar o acabamento em seus desenhos é fundamental. Nesse caso específico, uma das ferramentas mais utilizadas são os lápis de graduação B, ou seja, 2B, 4B, 6B etc. Para quem está iniciando, é recomendado utilizar o 6B, pois ele apresenta uma capacidade tonal maior do que os outros e é bem mais macio.
A suavidade no traço é um fator fundamental para que você possa fazer o sombreado com a pressão correta. Outro material importante é a folha, sendo que papéis com gramatura de 90 em diante são os ideais.
Use referências
Usar modelos é uma parte essencial para o desenho de uma maneira geral. Eles ajudam a treinar o traço e a, cada vez, reproduzir o que está vendo de uma maneira melhor. No caso de luz e sombra, pode ser uma ótima maneira de entender como a luz se comporta realmente nos objetos. Sendo assim, procure estudar tanto objetos reais como fotos, de preferência, em preto e branco para que possa analisar com mais atenção o contraste.
Pratique
Pegando o gancho do tópico anterior, será fundamental que você tenha uma rotina de estudos em relação à luz e sombra. É importante praticar tanto a observação de como isso afeta um objeto, mas, também, como reproduzir isso no papel. Comece por coisas simples, formas geométricas, por exemplo. Se tiver uma luminária, é bem interessante utilizá-la como ferramenta para que possa posicionar a luz em diferentes ângulos.
Falamos até aqui sobre o efeito de sombra e luz nos desenhos, um método bastante importante para dar volume e trazer a sensação de tridimensionalidade a uma obra. Destacamos a importância de utilizar objetos reais para os seus estudos, sempre procurando não só observar como as sombras se comportam, mas também a luz.
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